Por conta de chuvas constantes nas últimas semanas, o nível do Rio Araguaia subiu cerca de cinco metros no distrito de Luiz Alves, em São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás. Com isso, a visitação de turistas aumentou, refletindo em uma movimentação econômica para a região.
“Os moradores trabalham muito com o turismo para mostrar as belezas do município e isso gera renda, principalmente para os guias de pesca”, destacou a superintendente do Porto de Luiz Alves, Maria Noely Sousa.
Segundo Maria, nesta época do ano, quando as margens dos rios ficam totalmente cobertas pela água, o movimento de canoas e pescadores chega a dobrar. “Muita gente pensa que a cheia do rio é uma calamidade, mas não, é uma época de fartura. É agora que os turistas chegam para a paisagem e os animais”, ressaltou.
O pescador Marcos Vinicius, que mora em Brasília, diz que faz questão de visitar o rio sempre que possível. “Esse lugar é uma maravilha de Deus, com essa paisagem, esses pássaros. Eu venho para cá em busca de paz. Muitas vezes a gente pesca e solta e o importante é poder olhar para isso tudo, que é grandioso”, destacou.
A comerciante Elkia Faustino fez questão de levar a família, que mora em Goiânia, para conhecer as belezas do rio. “É maravilhoso, mesmo com a chuva constante, valeu a pena. É muito lindo”, destacou.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas na região de Luiz Alves devem continuar nos próximos dias. Mesmo assim, as temperaturas máximas devem passar dos 30ºC.
Ameaça
O Rio Araguaia nasce em Goiás e deságua no Pará. É considerado o rio mais importante do cerrado, além de contribuir com as bacias Amazônica e do Sudeste. A cheia é uma boa notícia para os moradores da região, mas estudos da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) apontam que ele pode secar dentro de 40 anos.
Vídeos feitos pela polícia mostram toda a destruição da natureza em algumas cidades que cercam o rio. Em alguns pontos, a mata foi derrubada para dar lugar a plantações ou pastos para a criação de gado e isso afeta as nascentes.
Fonte: G1 Goiás